Rubiaceae

Ixora schottiana Müll.Arg.

Como citar:

Mary Luz Vanegas León; Marta Moraes. 2020. Ixora schottiana (Rubiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

52.951,644 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: RIO DE JANEIRO, municípios de Arraial do Cabo (Gaui E 484), Itatiaia (Silva-Neto 1877), Macaé (Bovini 2237), Nova Iguaçu (Rodrigues 889), Petrópolis (Brade 16150), Rio de Janeiro (Carauta 2534), Teresópolis (Wesenberg 451), SÃO PAULO, municípios de Cubatão (Leitão Filho 20804), São Miguel Arcanjo (Moraes 772), São Paulo (Kuhlmann 2806), Ubatuba (Morawetz 14-25875).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Marta Moraes
Categoria: NT
Justificativa:

Árvores de até 11 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi coletada Floresta Estacional Semidecidual, na Floresta Ombrófila associada à Mata Atlântica nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta EOO=46395 km², AOO=56 km². A área de ocorrência da espécie está sob pressões antrópicas devido à especulação imobiliária, atividades industriais e o turismo (Kassiadou e Sánchez, 2014). Não existem dados populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. Ao mesmo tempo a espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). Ixora schottiana também foi registrada em várias unidades de proteção integral e em dois territórios que serão contemplados com Planos de Ação Nacional - PAN. Assim, foi considerada Quase Ameaçada (NT) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação no futuro.

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 11
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Mueller Argoviensis, Flora, 58: 455, 1875.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Espécies do gênero Ixora são ornamental e muito utilizada em paisagismo (Silva et al, 2015).

População:

Detalhes: Não existem dados quantitativos sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores de 3,5-11,5 m de altura (Rodrigues 3), ocorrendo no domínio da Mata Atlântica em vegetação Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Ixora in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB73086>. Acesso em: 04 Dez. 2019

Reprodução:

Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (8):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present national high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present local high
A economia do município São Miguel Arcanjo (SP) está voltada para o setor agrícola, com o predomínio do cultivo de uvas do tipo Itália e Rubi. Uma variedade que cresce muito na cidade é a uva rústica de mesa, como a niagara, (tratando - se de uma uva com menos custo para a produção),visto que na reforma dos parreirais os produtores vem optando pelo plantio da mesma,também ganhando espaço em novas áreas, principalmente na divisa com Capão Bonito (SP). A uva niagara atualmente em São Miguel Arcanjo, é responsável por 40% da produção do Estado de São Paulo. Também há outros, como o cultivo da batata, soja e feijão (Prefeitura São Miguel Arcanjo, 2018)
Referências:
  1. Prefeitura São Miguel Arcanjo, 2018. Dados gerais, economia. http://www.saomiguelarcanjo.sp.gov.br/pagina/03.html. (acesso em: 30 de agosto 2018)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,occupancy,occurrence past,present local high
O município de Macaé (RJ), com 121622 ha, tem 45583 ha (37%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 29 de novembro de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 9.4 Garbage & solid waste habitat past,present local high
No município de Arraial do Cabo no RJ há um lixão sendo um depósito clandestino que ameaça a vegetação desta região (UC socioambiental, 2016).
Referências:
  1. UC socioambiental, 2016. Lixão ameaça paraíso em Arraial do Cabo. https://uc.socioambiental.org/noticia/162354 (acesso em 04 de dezembro de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present local high
Foram identificados 323 casos de incêndios no Parque Nacional do Itatiaia entre os anos 1937-2008 não consecutivos. As queimadas ocorreram sobretudo no inverno (90%) em período de seca. A maior parte dos incêndios teve causa e agentes desconhecidos (88,2%), sendo que do restante das ocorrências, 82,6% foram provocadas por humanos, sendo a maior parte dessas, para limpeza e renovação da pastagem com 42,8% dos casos (Aximoff e Rodrigues, 2011)
Referências:
  1. Aximof, I., Rodrigues, R. de C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florest. 21, 83–92.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present local high
Áreas não urbanizadas, mas que não mais possuem as características originais de sua vegetação, são as áreas comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Rebio Tinguá (Teixeira, 2006).
Referências:
  1. Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá. Brasil.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present local high
No Município de Cubatão, especificamente no Núcleo Itutinga-Pilões do Parque Estadual da Serra do Mar, encontram-se áreas bastante alteradas em função de plantações de Eucalyptus spp. (Instituto Florestal do Estado de São Paulo, 2008).
Referências:
  1. Instituto Florestal do Estado de São Paulo - IF, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. https://arquivos.ambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/2012/01/2-Volume-Principal-Completo_com-mapas-parte2-86a207.pdf (Acesso em 4 de setembro 2019)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.2 Commercial & industrial areas habitat past,present regional high
O município de Magé, situado no entorno da Baía de Guanabara, sofre diversos impactos ambientais em função do crescimento populacional e de atividades industriais (Kassiadou e Sánchez, 2014).
Referências:
  1. Kassiadou, A., Sánchez, C. 2014. Escolas sustentáveis e conflitos socioambientais: Reflexões sobre projetos de educação ambiental no contexto escolar em três municípios do estado do Rio de Janeiro. Rev. VITAS – Visões transdisciplinares sobre ambiente e sociedade.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada no Parque Nacional do Itatiaia (PI), Parque Estadual Carlos Botelho (PI), REBIO Tinguá (PI), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PI).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território São Paulo - TER20 e Território Rio de Janeiro - TER32.
Ação Situação
3.4 Ex-situ conservation on going
A espécie está presente no Jardim Botânico de São Paulo (Kuhlmann 2806).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
12. Handicrafts, jewellery, decorations, curios, etc. whole plant
Espécies do gênero Ixora são ornamental e muito utilizada em paisagismo (Silva et al, 2015).
Referências:
  1. Silva, A.D.S., Reges, N.P.R., Melo, J.K. De, Santos, M.P. Dos, Sousa, C.M., 2015. Enraizamento de estacas caulinares de ixora. Ornam. Hortic. 21, 201. https://doi.org/10.14295/aohl.v21i2.656